quarta-feira, 28 de maio de 2008

Piercing

Piercing
Conseqüências e complicações na cavidade oral

Pesquisas mostram que a popularidade do uso de jóias em lugares não convencionais, como umbigo, mamilos, sombrancelhas, lá­bios e língua têm crescido significativamente. Apesar da prática de aplicação de piercing apresentar-se como modismo dos tempos atuais.

O piercing intra-oral vem sendo motivo de preocupação e discussão pelos odontólogos devido suas interferências prejudiciais na cavidade oral. As complicações podem ser de origem infecciosa ou não. As impli­cações infecciosas ocorrem ou por meios de técnicas e instrumentais precários ou não esterelizados realizados por profissionais não habilitados; ou após o piercing, quan­to a ferida não é tratada adequadamente .

A colocação do piercing oral geralmen­te é feita sem anestesia. A perfuração na língua é feita com uma agulha espessa padrão 14 (seu diâmetro é sete vezes maior que a agulha utilizada nos consultórios odontológicos), e uma peça temporária, maior que a definitiva, é colocada durante o período de inflamação, que ocorre entre três a cinco semanas de cicatrização. A linha média da língua é o local mais comumente selecionado para o piercing, uma vez que as veias, artérias e nervos linguais correm lateralmente a linha média. Hemorragias ou injúrias a nervos não são freqüentes. A língua é marcada no centro a mais ou menos 2,5 cm da ponta .

Pesquisas relatam que as potenciais complicações relacionadas ao uso do pier­cing na cavidade oral são: (1) retrações gengivais; (2) fraturas dentárias; (3) perda da gustação; (4) interferência na fala, mas­tigação e deglutição; (5) dano pulpar por trauma crônico; (6) aumento do fluxo sali­var; (7) transmissão de infecção sistêmica como AIDS e hepatite B, C, D e G; (8) infec­ção lingual localizada; (9) disseminação de infecção com edema, podendo gerar obstrução das vias aéreas; (10) hemorragia; (11) aspiração de parte do piercing; (12) alergia ao metal do piercing;

(13) dificuldade de tomadas radiográficas; (14) infecção pelo sangue, septicemia e síndrome de choque tóxico; (15) formação de quelóide .

Por estes motivos apresentados sempre fala com seu dentista antes de colocar um piercing .

Devemos lembrar que o piercing mencionado não é aquele colado nos dentes feito nos consultórios odontológicos pelos Cirurgiões Dentistas, e que não causam problema ao organismo.

Dr. Tiago Angeruzzi Lopes

CRO SP 81643

domingo, 25 de maio de 2008

Halitose

1. Halitose Matinal: é de causa fisiológica, ocorre em quase todas pessoas, com maior ou menor intensidade. Sua causa principal é a redução do fluxo salivar. Durante o sono, quando o organismo fica em condição basal tendo suas atividades reduzidas ao mínimo, praticamente a produção salivar é nula, .Podemos dizer que a saliva tem diversas funções preventivas, sua principal atividade é remover células descamativas em putrefação, microorganismos aderidos a papilas linguais e zonas retentivas nas superfícies linguais e restos alimentares.

Como é de causa fisiológica basta alimentar-se, que pela mastigação há o aumento da salivação.

Caso o odor persista, após a quebra do jejum, matinal, há necessidade de um diagnóstico mais preciso pois deve haver outra causa para o mau hálito.

2. Halitose por língua saburrosa: é a maior causa da halitose, 85% dos casos têm este motivo. A redução do fluxo salivar , o desequilíbrio da microbiota bucal, bem como a descamação de células epteliais da mucosa bucal associado a deposição de restos alimentares entre as palilas gustativas do dorso posterior da língua que ao serem metabolizadas geram compostos sulfurados voláteis com cheiro característico de ovo podre. Além do fluxo saliva,r a saburra lingual também se forma em pacientes com dieta pastosa por período prolongado.

3. Halitose da fome ou do regime: este tipo de halitose está intimamente relacionada com a hipoglicemia, na falta de glicose produzida pelo metabolismo de açúcares ou amidos. O organismo lança mão das reservas lipídicas e ao metabolizá-las produz energia para sua manutenção e também corpos cetonicos altamente tóxico, que é eliminado via pulmonar, originando o odor cetônico. No caso dos regimes os agentes anorexigenos, geralmente, provocam a redução do fluxo salivar, facilitando a formação da saburra lingual.

4. Halitose por diabetes: nos pacientes diabéticos pela ausência de insulina: hormônio carreador dos açúcares para o interior da célula para transformá-lo em energia. O organismo lança mão dos lipídios (gorduras) e ao metabolizá-lo produz os corpos cetonicos. Estes são eliminados via pulmonar, como ocorre no regime.
Outro fator agravante é o aumento da concentração da glicose na corrente circulatória. Esta é eliminada pela urina levando o indivíduo ao desequilíbrio hídrico, conseqüentemente à xerostomia e à saburra lingual.

5. Halitose pelo sistema digestivo: é de apenas 1% a contribuição do estômago para a halitose. Pois o esfíncter esofágico inferior impede o refluxo das secreções do estômago para o esôfago, havendo somente saída de odores durante as eructações.

Contudo o fígado é o local das sínteses proteicas, lipídicas e de carboidratos. Seu funcionamento favorece a permanência de substância voláteis na circulação, que são facilmente eliminadas por via pulmonar.

Doenças como hepatite, cirrose e neoplasias aumentam a quantidade de dimentilsulfeto expirado originando o hálito hepático caracterizado pelo odor de terra molhada, peixe ou rato.

Halitose por alimentos de odor carregado, como o alho a cebola e outros passam para a corrente sanguínea e são excretados pela respiração, provocando mau hálito característico.
Outros alimentos como as bebidas alcoólicas, alguns queijos, frituras, ovos, condimentos, chocolates, couve e muitos outros têm seus derivados voláteis eliminados via pulmonar durante a metabolização. A halitose provocada por estes alimentos inicia-se alguns minutos após a sua ingestão e perdura até o fim de sua metabolização, variando de organismo para organismo. As bebidas alcoólicas em excesso ainda ressecam a mucosa bucal aumentando a descamação e provocando alteração na microbiota intestinal com fermentação odorífera capaz de produzir halitose.

6. Halitose pelo tabagismo: além do odor exarcebado do próprio tabaco, sua fumaça agride a mucosa bucal, favorecendo a descamação eptelial bem como a diminuição do fluxo salivar, favorecendo a implantação da saburra.

7. Halitose do estresse: o fluxo salivar depende do controle do sistema nervoso central, nos pacientes estressados poderá haver uma redução do fluxo salivar em diferentes graus, facilitando o aparecimento da saburra lingual.

Além dos sete tipos de halitose que descrevemos acima, temos um desafio importante para o diagnóstico do sintoma. O desafio é a capacidade de adaptação das sensações de olfato e paladar. Um estudo no Japão mostrou que somente 25% dos indivíduos que consideravam a halitose seu principal problema tiveram seu diagnóstico confirmado. Comprovando que a Síndrome de Referência Olfativa (SRO) está relacionada com a halitose imaginária. Uma das principais causas desses distúrbios são a diminuição da concentração plasmática de zinco, problemas hepáticos, xerostomia, hábito do fumo, alterações hormonais, doenças neurológicas e das vias aéreas.

Na próxima aula falaremos sobre a histopatologia da halitose.

Diagnóstico e tratamento da halitose

A doença periodontal inclui em seus processos a ativação do sistema imune, alteração do metabolismo do tecido conjuntivo, produção de proteases e citocinas, destruição direta dos tecidos por enzimas bacterianas e outros fatores virulentos.

O biofilme é um dos grandes fatores contribuintes para a formação da doença periodontal. A periodontite é um fator causal importante da halitose, principalmente na presença de perda óssea e bolsa periodontal.

As presenças de CSV potencializam a doença periodontal, pois aumentam a permeabilidade capilar, a penetração de outros microorganismos no tecido periodontal, inibindo a síntese de fibroblastos. Assim aumenta a atividade da doença periodontal, interferindo na maturação do colágeno.

Com esta seqüência de acontecimentos temos o aumento da bolsa periodontal.

Contudo a halitose ocorre independente da existência de doença periodontal. Apesar da periodontite ser causa suficiente para o aparecimento da halitose, não é necessária pois possui diversas etiologias. O beneficio do tratamento periodontal é evidente uma vez que a peridontite pode causar a perda do elemento dental.

Diagnóstico

O diagnóstico é fundamental pois por meio dele iremos detectar a causa da halitose.

O diagnóstico é composto de anamnese e o exame clínico, que são de extrema importância para o posterior tratamento da halitose.

Na anamnese, devemos considerar a queixa principal do paciente, bem como todo seu histórico de saúde, tendo em vista que sendo a halitose, um sintoma multifatorial, causada por diversas doenças de origem sistêmica, não devemos esquecer também dos hábitos alimentares do paciente.

No exame clínico devemos levar em consideração a presença de biofilme, a sialometria, observar sítios de sangramento gengival, presença de cáries, peças metálicas porosas, anatomia lingual, exame de toda mucosa bucal, observando a descamação deste eptélio.

Outra observação importante é com relação ao tipo de odor, um exemplo característico é com relação ao diabetes que normalmente ao estar mal controlado apresenta um odor cetônico.

Deve ser observado até o motivo pelo qual o paciente procurou o profissional, neste por menor podemos ter três tipos de paciente como descrevemos a seguir:

1. aquele paciente que necessita que alguém lhe informe que é portador da halitose, já possui fadiga olfatória. Normalmente é o paciente que não se preocupa com a higiene bucal e é comum encontrarmos a doença periodontal associada à presença de doença periodontal, biofilme dental e lingual.

2. o paciente que sabe que está com halitose, e por iniciativa própria procura o profissional, normalmente é um indivíduo cuidadoso, com boa higiene bucal, neste caso geralmente o problema está relacionado à redução do fluxo salivar, permitindo assim a formação da saburra lingual e conseqüentemente o mau hálito.

3. aquele paciente que nos procura com queixa de halitose e após exames nada é constato. E o mesmo continua com a mesma sensação, em geral é um paciente com problema psicológico com relação à limpeza.

Halímetro - Equipamento Importante no Diagnóstico da Halitose

O halímetro confirma a presença da halitose, em parte por bilhões de composto sulfurados voláteis produzidos por bactérias anaeróbias. Após sua calibração a extremidade do tubo é inserida na cavidade bucal sem tocar sua extremidade em qualquer superfície boca. Um paciente com até 90 ppb não possui halitose, acima deste número já é portador do sintoma.

Relacionados à Doença

Bucal

  • Higiene oral inadequada
  • Longos períodos com a boca fechada (por exemplo, hálito matinal após o sono)
  • Xerostomia (por exemplo, boca seca por respiração bucal, medicamentos)
  • Biofilme na língua
  • Candidíase
  • Câncer
  • Gengivite
  • Infecção bucal, inflamação, ulceração
  • Periodontite

Não Bucal

  • Envelhecimento (fluxo salivar reduzido)
  • Álcool
  • Fome
  • Alimentos ocres (por exemplo, cebola e alho)
  • Fumo
  • Agentes terapêuticos (anfetaminas, anticolinérgicos, antidepressivos, anti-histamínicos/ descongestionantes, drogas anti-hipertensivas, agentes anti-parquinsonianos, antipsicóticos, ansiolíticos, agentes quimioterápicos, diuréticos, narcóticos/ analgésicos, terapia de irradiação
  • Gastrointestinal (refluxo gastroesofágico, hérnia de hiato, câncer)
  • Nasal (rinite, sinusite, tumores, corpo estranho)
  • Pulmonar (bronquite, pneumonia, tuberculose, câncer)
  • Sistêmico (cirrose, desidratação, diabetes, febre, doença hepática, leucemias, uremia, doença reumatológica)
  • Psicogênio (manias, depressão, hipocondríase, tendências suicidas, esquizofrenia, epilepsia do lobo temporal)

Tratamento da Halitose

O principal objetivo do tratamento da halitose a nível odontológico é o equilíbrio da Microbiota bucal. No quadro abaixo podemos constatar a dinâmica do desequilíbrio da microbiota bucal.

Temos duas condutas a tomar após o diagnóstico do mal hálito:

1. casos de origem sistêmica o paciente deve ser encaminhado para o médico especialista competente para executar a terapia adequada ao caso.

2. em caso de origem bucal, devemos iniciar pela adequação da cavidade oral, retornando, a saúde. As técnicas de higiene oral devem ser cuidadosamente ministradas aos pacientes, lembrando do uso de escovas interdentais, em paciente com prótese, e com problemas periodontais o uso de fio dental e escovas adequadas.

Orientar o paciente para o hábito da escovação da língua, com raspadores adequados. Os enxaguatórios bucais são úteis desde que não contenham álcool, pois sua presença acentua a descamação da mucosa bucal.

Caso no exame sialométrico seja constatado a redução do fluxo salivar, seus valores normais são de 1,5 a 2,5 ml por minuto, na salivação estimulada. Neste caso devemos estimular a salivação com ingestão de frutas cítricas, mastigação de alimentos mais consistentes, e nos casos mais graves, uso de saliva artificial.

Uma alteração do aspecto nutricional também pode ser uma terapia adequada para aquele paciente que ingere, alimentos com odor forte.

Enfim somente com um tratamento individualizado, um diagnóstico perfeito é que podemos ter sucesso no controle da halitose.

Fratura Radicular



Pericoronarite

pericoronarite

Os terceiros molares muitas vezes apresentam dificuldade na erupção que ocorre entre os 18 e 25 anos

de idade.

A erupção dos sisos causa, muitas vezes, uma pericoronarite. Saiba o que é e como aliviar os sintomas:
A pericoronarite é uma infecção dos tecidos moles que rodeiam a coroa de um dente parcialmente erupcionado. Normalmente, esta situação acontece com os dentes do siso. A infecção ocorre porque as bactérias da placa bacteriana e restos de comida se acumulam entre a gengiva que cobre o dente parcialmente erupcionado.

pericoronarite

A pericoronarite, que ocorre nos tecidos moles à volta da coroa de dentes parcialmente inclusos, aparecendo com freqüência nos terceiros molares inferiores. A pericoronarite pode surgir a partir de pequenos traumas ocasionados pelo terceiro molar superior sobre a mucosa da superfície oclusal que recobre o terceiro inferior parcialmente inclusos (opérculo), deixando-a edemaciada, e conforme ocorre o trauma mais edemaciado ela se torna e mais facilmente ela é traumatizada. Esse ciclo só é interrompido com a remoção do terceiro molar superior. A outra causa de pericoronarite é a retenção de alimentos em uma bolsa entre o opérculo e o dente parcialmente incluso. Como essa bolsa é de difícil higienização, ela é invadida por bactérias, iniciando a pericoronarite.


A pericoronarite causa dor e inchaço local nos casos mais suaves, podendo ser tratada com soluções irrigantes como a água oxigenada ou clorexidina e analgésicos para diminuir a dor na região. No entanto nos casos mais graves pode causar intensa dor refletida para o ouvido e cabeça, dificuldade para deglutir, aumento do volume da face, mal-estar, febre, trismo (dificuldade de abrir a boca), havendo necessidade de antioticoterapia e, às vezes, até de hospitalização dependendo da gravidade.


Outro risco que se tem com a manutenção de um dente incluso, é que em alguns casos o dente incluso pode causar pressão suficiente sobre a raiz do dente adjacente para causar reabsorção.R

dente do siso


Surge um edema inflamatório (inchaço), muitas vezes agravado por um trauma causado pelos dentes opostos. Se a situação não se controlar, o rosto pode inchar, há dor, dormência da zona e um mau hálito persistente causado pelo pus libertado.

Em algumas situações mais graves, os nódulos linfáticos adjacentes podem aumentar de tamanho e a abertura da boca ficar comprometida.

O que devemos fazer se a periocoronarite estiver bem localizada, são os bochechos com água oxigenada a 10 volumes e ou clorexidina. Esta pode ser aplicada localmente através de um contonete embebido no líquido. Este procedimento resolve a maioria dos casos.

Nas situações mais graves, o recurso à medicação é a solução. Deve consultar o seu dentista o mais cedo possível, de forma a iniciar logo a terapêutica aconselhada.
Por vezes é necessário remover a gengiva que está a mais, permitindo assim uma melhor higiene oral e possibilitando a erupção do siso.
Nos casos mais problemáticos, a extracção do siso é a única solução.

Dr. Tiago Angeruzzi Lopes CRO SP 81643

Departamento Odontológico Do Sindicato da Alimentação

Problema Periodontal

Limpeza de Nicotina

Reabilitação Oral